Dados do IOF servirão de base para avaliação da pobreza
Falando perante uma plateia constituída por quadros da instituição que dirige, bem como de representantes de organismos públicos e de parceiros de cooperação, a mais alta líde do INE, destacou ainda o facto de o estudo fornecer informação revelante para o acompanhamento da evolução das condições de vida da população residente em Moçambique.
A propósito, afirmou que a informação apurada constitui-se numa base para a revisão do conjunto de bens e serviços e dos ponderadores do actual Índice de Preços ao Consumidor, bem como para a actualização da estrutura e características de consumo dos Agregados Familiares e elementos essenciais para o calculo do Produto Interno Bruto, entre outros.
Num outro passo da sua intervenção a Presidente do INE disse que os dados revelam que dos 13 656 Agregados Familiares estimados para o inquérito, a taxa de cobertura foi de 97,7% que corresponde a 13 343 Agregados Familiares inquiridos. Comparativamente ao ao IOF anterior (2014/2915), a taxa de emprego passou de 67.2% para 74.8%; a taxa de desemprego reduziu de 20.7% para 17.5%. A taxa de analfabetismo passou de 44.9% para 39.9%. A percentagem de agregados familiares que usa água de fontes seguras para beber passou de 50.3% para 55.7%,
“Na área de saúde, a satisfação em relação ao uso dos serviços de saúde passou de 53.0% para 59.8%. Contudo, a demora no atendimento é reportado como um dos grandes problemas nos serviços de saúde. O acesso à energia para iluminação passou de 24.8% para 30.1%. Em relação aos redimentos das famílias, a receita média mensal por agregado familiar foi estimada em 8 916,00 Meticais, em termos nacionais. Em termos per capita, os dados mostram que a receita mensal situou-se na casa dos 1 946,00 Meticais. As províncias de Tete, Cidade de Maputo e Província de Maputo, apresentaram os níveis mais altos enquanto que as Províncias de Gaza, Cabo Delgado e Zambézia registaram níveis mais baixos.
Relativamente as Despesas do Consumo Final das Famílias, os dados do IOF 2019/20, revelam que os Agregados Familiares residentes no País tiveram em média, um gasto mensal de 8 108,00 MT, o equivalente a 1 695,00 Meticais por pessoa. Os mesmos dados revelam um aumento significativo quando comparados com o IOF-2014/15 no qual, a despesa média foi de 6 924,00 MT e a per capita foi de 1 406,00 MT.
Em jeito de contextualização, o Director de Censos e Inquéritos, Dr Alexandre Marrupi, informou que a recolha de dados sobre as condições de vida da população vem decorrendo desde 1991. Com efeito, naquele ano, ainda antes da criação do INE, foi realizada a primeira operação, designada IAF – Inquério aos Agregados Familiares. Naquele ciclo foram realizados 4 IAF’s – 1991-1992, IAF 1992-1993, IAF 1996-1997, e, finalmente em 2002-2003. Em 2008-2009, 2014-2015 e 2019-2020, foram realizadas três operações, já com a designação de Inquério sobre os Agregados Familiares.